Cazuza - Histórias

Depoimentos em 1989

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"Nunca estive tão ruim em minha vida. Um dia o suicídio passou pela minha cabeça. Rapidamente. Queria tomar alguma coisa para desmaiar. Não sentia prazer em estar vivo. Nunca entendi o suicida. Achava uma covardia. Aí eu entendi".

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"Fui criado por padres errados… Fiquei com trauma. Se vejo um padre saio correndo. Mas os valores do cristianismo eu acho legal. Sou contra a idéia do pecado. Cristo propôs a dúvida. Isso é maravilhoso. Ele duvidou até o fim. Acho isso fantástico porque a dúvida é criativa".

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"Não gosto que me perguntem se estou com aids. Me faz lembrar uma coisa que eu quero esquecer. Contei para muito pouca gente o que eu passei no hospital. Mas todo mundo sabe o que eu tenho".

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"Perdi dez quilos, perdi meus músculos e não os recuperei. Tinha um pouquinho de barriga. Tinha um Bundão. Meus amigos me chamavam de 'Maria Gorda'.

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"Quero festa, banda e corpo de bombeiros no aeroporto, quando eu voltar para o Rio. Estou com a saúde ótima. Na verdade é como se eu acabasse de descobrir que sou portador do vírus, como se ele não tivesse começado a agir".

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"Posso levar uma vida normal. Estou fumando como sempre. Posso até beber vinho e cerveja. Só não posso mais é com uísque e nem com cocaína. Prometi para mim que não iria voltar para esses velhos vícios. Agora eu estou lutando para ficar vivo".

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"A razão principal da minha saída do Barão é que ocupava muito espaço dentro da banda".

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"Não aconselharia nem um cachorro a me seguir na rua".

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"Quando li pela primeira vez um artigo falando da doença, pensei que era aquilo que eu tinha. Comecei a ter febre nos fins de tarde, mas não contava para ninguém. Tomava duas aspirinas e ia para o bar, beber. Se nesse começo tivesse ido a um médico, hoje estaria muito melhor do que estou. Agora faço tratamento psiquiátrico para sair do alcoolismo. Tomo remédio para não ter vontade de beber, e não bebo. À noite, tomo um calmante e durmo seis horas. É pouco. Já vivi uma época em que dormia doze horas seguidas. Muitas vezes acordo sem ar e preciso de ajuda. Sexo ainda é importante para mim. Não sou um aidético casto".

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